saúde pública

Oito meses após saída de cubanos, ainda há 10 vagas no Mais Médicos na região

da redação*


Foto: Divulgação 

Cerca de oito meses após o anúncio da saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos, 2.036 vagas ainda não foram preenchidas em 1.113 municípios brasileiros. Entre as 39 cidades de abrangência do Diário, 10 vagas estão abertas em nove cidades.

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Em um primeiro momento, algumas prefeituras conseguiram substitutos para os cubanos. No entanto, brasileiros inscritos para as vagas pediram demissão logo após assumirem ou desistiram antes da posse. Prefeitos e secretários de Saúde relatam dificuldades para contratar médicos, mesmo que algumas cidades ofereçam salários superiores a R$ 10 mil mais benefícios. 

O fim da participação de Cuba no Mais Médicos ocorreu em 14 de novembro, após críticas do então presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao programa. Desde então, o governo tem enfrentado dificuldades para preencher as vagas abertas com a saída dos profissionais, situação que já levou o governo a lançar ao menos quatro editais de seleção para o programa.

SEM DINHEIRO PARA CONTRATAR, ATENDIMENTO DIMINUI
Algumas cidades conseguem suprir a falta de profissionais no Mais Médicos com contratos emergenciais, com salários custeados pela prefeitura. Contudo, como os municípios que sofrem com a falta de médicos geralmente são do interior, com pouco recurso, não conseguem arcar com a contratação. Assim, essas cidades acabaram reduzindo alguns atendimentos.

- Das três unidades de saúde que temos, apenas uma está funcionando, a que fica na cidade. Os dois postos do interior estão fechados por falta de equipe médica. Reduzimos bastante o atendimento. A situação só não é pior porque temos um hospital que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem plantão 24 horas para atender casos de urgência - destaca a secretária adjunta de Saúde de Formigueiro, Priscila Foletto.

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Em Formigueiro, ainda há duas vagas no Mais Médicos abertas. Conforme Priscila, o município chegou a ficar dois meses sem nenhum profissional atuando nos postos de saúde, mas no último edital conseguiu trazer uma médica. Até agora, ela relata que sempre houve interessados inscritos no edital, mas eles acabam desistindo antes de assumir.

O mesmo é relatado pelo secretário de Saúde de Santa Margarida do Sul, Jocemar Santos de Souza. O município, com apenas 2,3 mil habitantes, tem uma vaga aberta no Mais Médicos. Para não fechar o posto da cidade, a prefeitura só conseguiu recursos para contratar um profissional temporário para atender em um turno diariamente. Com isso, o atendimento reduziu, pelo menos, a metade.

- Antes, conseguíamos fazer um acompanhamento detalhado com os pacientes. Até atendimento domiciliar tínhamos. Tivemos que cortar. Hoje o atendimento é só na sede, em um turno diário - conta o secretário.

PROFISSIONAIS BUSCAM SALÁRIOS MAIORES
Uma das explicações para a debandada de médicos de municípios pequenos é a busca por especialização e por centros maiores. A maioria dos que se inscreveram para o Mais Médicos após a saída dos cubanos acabou desistindo da vaga porque passou em especializações, como residência médica. Outros preferem morar em cidades maiores.

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- As dificuldades se devem a dois fatores: são 40 mil médicos no Rio Grande do Sul, a maioria na Região Metropolitana. Com a saída dos cubanos, abriram muitas vagas, o mercado da área está muito aberto. Isso que os cubanos estavam naquelas cidades mais afastadas, justamente onde os médicos daqui não querem atuar. Já o recém formado não quer vir para o interior do Estado, quer os grandes centros - diz o secretário de Saúde de Santiago Éldrio Machado Flores.

Mesmo com 50 mil habitantes, Santiago também vem encontrando dificuldades para preencher uma das vagas deixadas por cubanos. Na cidade, há 11 Estratégias de Saúde da Família (ESF). A prefeitura fez um contrato temporário, custeado pelo município, para conseguir atender em todos os postos de saúde. 

INSCRIÇÕES
O Ministério da Saúde prorrogou até as 18h desta quinta-feira o novo edital para o programa. As inscrições devem ser feitas pelo site. O edital abriu a possibilidade de brasileiros formados no exterior se inscreverem para as vagas, mas profissionais formados no país ainda podem se inscrever também. Os médicos devem atuar na Atenção Primária a partir de agosto.

*Colaborou Janaína Wille

ONDE FALTAM PROFISSIONAIS

  • Formigueiro - 2 vagas
  • Itaara - 1 vaga
  • Itacurubi - 1 vaga
  • Jari - 1 vaga
  • Restinga Sêca - 1 vaga
  • Santa Margarida do Sul - 1 vaga
  • Santiago - 1 vaga
  • São Sepé - 1 vaga
  • Tupanciretã - 1 vaga

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